E nossa segunda convidada para o behind the lens é a Thay Rodrigues! Vem que a bola é tua!
– Conte um pouco sobre você e sua relação com a fotografia.
Eu nasci em Macapá – Amapá, mas estou morando em São Paulo já fazem uns 3 anos. Me formei em direito – que não tem nada a ver com fotografia, rs – e vim para São Paulo para fazer uma pós de direito ambiental. No meio disso, descobri que não era bem o que eu queria porque ia contra o que eu imaginava. Eu queria proteger a mata, ter toda essa contextualização, e percebi que não era bem assim, então comecei a procurar outros cursos que eu me identificasse. Na verdade, eu me formei em direito por causa dos meus pais e quando eu me mudei para SP, vi a chance de fazer algo que eu realmente gostasse.
Nisso, surgiu para mim a fotografia, que era uma coisa que já tinha na minha vida. Eu já fotografava com o celular mesmo e só fui ter uma DSLR um ano depois que eu me formei, principalmente para registrar lugares e viagens, mas fui me empolgando com isso. Comecei a me dedicar e ir aprendendo em casa, porque cursos de fotografia são caros, então assistia vídeo-aulas no youtube, ficava pesquisando fotógrafos que achava legal, tive algumas fotógrafas que me influenciaram muito e vi um olhar diferente – que era o que eu queria. E foi no olhar das outras pessoas que vi que fotografar poderia ser incrível e eu conseguiria colocar o meu olhar naquilo também. Outra coisa que me fez ir para a fotografia foi poder ter a liberdade para me expressar. Ela me ajudou a sair de uma depressão, a me conhecer e conhecer o que eu gosto. Eu tenho várias fotos que mostram um pouco isso do que eu sinto e são minhas fotos preferidas.
E eu sempre associei fotografia à lembranças. Meu primeiro contato com a câmera foi quando eu tinha uns 12 anos. Eu lembro de pegar uma daquelas câmeras descartáveis e fotografar meus amigos para não esquecê-los, fotografar minha família, porque não tivemos costume de ter fotos antigas, então eu sempre senti vontade de saber do passado dos meus familiares e não tinham registros, nada. A fotografia trouxe isso para mim em forma de lembrança.
– Saindo um pouco da fotografia, quais os seus maiores sonhos? E seus hobbies, projetos externos?
Uma das coisas que eu mais quero na minha vida é ir no festival Burning Man fotografar muito, muito mesmo! Eu piro nas fotos que a galera vai pra lá e faz. Outro sonho é ir para a Coreia, é um outro lugar que eu tenho muita vontade de ir, eu acho que deve ser um país muito incrivel com uma diversidade grande e onde provavelmente tenha muitas coisas legais de fotografia que iria me deixar muito louca! Haha
O meu hobbie é cantar e dançar, são duas coisas que faço muito! Não necessariamente bem haha, mas é algo que eu curto muito. Já cheguei a querer ser professora de dança, mas não deu muito certo.
Além de fotógrafa, eu também sou figurante e tenho uma lojinha de fotografia, a Funny Camera Store. Eu decidi fazer essa loja porque eu sou muito experimental, então são coisas que eu experimento na minha fotografia, como por exemplo prismas, filtros e varias outras coisinhas. Acabei me empolgando nisso e resolvi fazer a loja porque não existia uma loja que vendesse coisas criativas que estimulasse os fotógrafos. Resolvi criar e to super curtindo.
– Como você aprendeu a fotografar?
No início eu não fiz nenhum curso. Depois de 5 anos de direito, tentei fazer uma pós de cinema e não curti, porque era algo muito quadrado e dentro do padrão de faculdade e eu, que já estava cansada disso, queria alguma coisa que explodisse criatividade, que nos fizesse fazer coisas loucas. Comecei a fazer workshops, estudando por si só, descobrindo por mim mesma, fazendo experimentos… Acho que uma coisa legal na hora de aprender fotografia, é experimentar, se descobrir. Isso vai criando nosso olhar, mostrando o que gostamos de fazer. Quem me inspirou a fazer isso foi a fotógrafa Francesca Woodman, que fazia vários autorretratos experimentais como maneira de se expressar. E eu comecei fazendo dessa forma para descobrir a fotografia, como mexia do meu equipamento, como editar.
– O que você mais curte fotografar?
O que eu mais gosto de fotografar são pessoas, sejam ensaios sensuais, artísticos, editoriais. O fator é ter pessoas para fotografar. Porque é algo que me conecta com as pessoas. É alguém, é uma história que está ali, e eu acho muito legal. Não que eu conheça a história inteira de todo mundo, mas o fato de criar uma história na minha cabeça na hora que eu vou fotografar a pessoa é algo que me deixa feliz.
Uma coisa que eu descobri nesse um ano fotografando profissionalmente, é que eu curto fotografar festas também – graças a Flashbang. Antigamente eu fazia fotos de shows dos meus amigos e eu curtia registrar a energia deles antes e depois do show, o que me deixou muito animada para fazer fotos de eventos. Foi quando me indicaram a Flash e eu vi que era uma empresa diferente, onde eu teria liberdade total para criar e fazer o que eu curto.
– Qual a sua maior dificuldade na fotografia?
Acho que não seria uma dificuldade, e sim um desafio. Ela está sempre me tirando da zona de conforto. Desafiando a fazer coisas que achei que não tinha capacidade, que não sairiam legal, enfim.
Eu gosto muito de dar o melhor no meu trabalho, eu me exijo muito nisso. Não que eu queira ser a melhor fotógrafa, comparando com outras pessoas, mas eu gosto de olhar meu trabalho e me sentir satisfeita e ver que o cliente também está feliz com ele. Então o desafio é sempre fazer algo diferente, entregar pro cliente a ideia de que o que ele me passou também está me fazendo sair da zona de conforto.
– Existe diferença nas fotos dos seus projetos autorais para as fotos que você faz aqui na Flashbang?
Sim, minhas fotos autorais são bem diferentes do que eu faço para a Flash. Minhas fotos são mais pensadas, mais calculadas. Na Flash, não. Eu vou pro evento caçando histórias, caçando momentos, pessoas que acham que vão ter um visual legal para aquela foto, a luz. E vai um pouco da sorte também de na hora de fotografar, conseguir pegar um movimento legal da pessoa. É muito mais frenético.
A diferença não é só visual, é questão de movimento. Eu me movimento muito mais fazendo fotos pra Flash, eu me dôo muito mais. Primeiro porque eu estou em um horário diferente, geralmente é de noite e usando flash – que é algo muito diferente para mim, visto que comecei a aprender a trabalhar com flash já dentro da empresa. Para essas fotos eu tenho que estar pilhada, é muito divertido.
Nas minhas fotos, eu já venho com alguma ideia na cabeça, eu consigo fazer com mais calma, pensar na luz, na modelo, na harmonia. E sempre tem uma história por trás da foto.
Por hoje é só! Curtiram saber um pouco mais da vida da Thay Rodrigues? <3